Wednesday, February 08, 2012

A Metafísica do Sexo, de Julius Evola

Edição de 1976



Título Original – Metafísica del Sesso
Autor – Julius Evola
Tradutora – Elisa Teixeira Pinto
Revisor Literário – Vítor Silva Tavares
Capa – Nuno Amorim
Revisor Tipográfico – Joaquim Meco
Colecção Doutrina Intervenção
Edição e Arranjo Gráfico – Fernando Ribeiro de Mello / Edições Afrodite

Na Contracapa

Esta obra de Julius Evola é já famosa na Europa graças a uma tradução alemã e a duas edições francesas. É uma obra única no seu género por considerar o sexo e a experiência sexual segundo aspectos e dimensões diversas a que se circunscreviam as actuais investigações psicológicas, sexólogas e mesmo psicanalíticas. Como o autor afirma explicitamente – uma vez que a época actual é caracterizada por uma espécie de obsessão do sexo e da mulher e dado que a psicanálise se esforçou por pôr em relevo o sexo como potência elementar obscura e subpessoal - , o seu propósito foi descobrir uma realidade do sexo não menos profunda, mas de natureza superior e transcendente.

O termo «metafísica» é efectivamente usado no livro num duplo sentido. Em primeiro lugar, no de uma investigação do significado último do eros e da experiência sexual, significado que excede tudo aquilo que é uma fisiologia, instinto de reprodução, simples carnalidade ou pálida sentimentalidade. Em segundo lugar, uma investigação que visa descobrir não só nas formas mais intensas da vida erótica, mas até no amor comum, centelhas de uma «transcendência», remoções momentâneas dos limites da consciência ordinária do homem e da mulher e, finalmente, aberturas para o supra-sensível.

Tal investigação tem como contrapartida a documentação do que numerosas civilizações antigas ou não europeias reconheceram em matéria de sacralização do sexo e de uma sua utilização para fins extáticos, mágicos, iniciáticos ou evocatórios. É, assim, oferecido ao leitor um vastíssimo panorama que vai dos ritos secretos e orgiásticos tântricos e do dionisismo à demonologia e às experiências do Sabbat e dos «Fiéis de Amor» medievais, da prostituição sagrada e dos Mistérios da Mulher a práticas cabalísticas, árabes, extremo-orientais, etc. A referida metafísica do sexo permite, por outro lado, surpreender o que age na profundidade de fenómenos como o pudor, o ciúme, o sado-masochismo, a nudez feminina, o complexo amor-morte, etc.

Para além disso, o livro contém uma investigação comparada no campo da mitologia que permite descrever os «arquétipos» masculino e feminino e, a partir destes, os tipos fundamentais de homem e de mulher («deuses e deusas, homens e mulheres»), bem como permite ainda esboçar uma psicologia do «homem absoluto» e da «mulher absoluta» e individualizar as variedades e os condicionalismos do magnetismo sexual.

Dada a importância hoje assumida pelos problemas do sexo, a obra reveste-se de significado especial não só pelam luz diferente e insuspeita que lança sobre tais problemas, mas ainda pela orientação pessoal que dela pode extrair um tipo humano diferenciado. Independentemente da audácia das ideias e da ausência de preconceitos com que são tratados os argumentos mais escabrosos, o material seleccionado, recolhido nos domínios mais diversos - da ciência das religiões à psiquiatria, da etnologia à sociologia, à simbologia, às disciplinas iniciáticas ou esotéricas, à história da civilização – não encontra paralelo em qualquer outra obra existente, facto que foi reconhecido pela própria crítica estrangeira.

Esta edição foi enriquecida com um conjunto de ilustrações.