Thursday, December 18, 2008

O Blatenoï, de Mikhaïl Diomine

(edição de Setembro de 1978)


O Blatenoï, a máfia, o crime a marginalidade, na URSS
Autobiografia de um indomável

Tradutor: José Martins Garcia
Capa da edição francesa (adaptada)
Edição e arranjo gráfico de Fernando Ribeiro de Mello / Edições Afrodite


Na contracapa

Blatnoi! Esta palavra, oriunda da Rússia, jamais será esquecida – termo de calão que significa simultaneamente fora-da-lei, marginal, vadio, bandido, escroque, pária, perseguido.
Quem nos faz chegar esta palavra chama-se Mikhail Diomine. Ele próprio nos conta a sua vida de membro duma sociedade desconhecida, subterrânea, que se estende por todo o território da URSS, que ignora o Estado e as suas instituições, um submundo com os seus próprio chefes, as suas leis particulares, e a sua língua secreta. Autêntico mundo clandestino, insuspeitável e inacessível, que ninguém antes descrevera...
Diomine torna-se ladrão por necessidade de sobreviver; na época estalinista, «afunda-se nesse subterrâneo como um náufrago que não tem outra saída senão a que o acaso lhe oferece». E hei-lo mergulhado nesse imparável universo de fuga à autoridade, do disfarce, da guerra conta a polícia, das suspeitas, do assassinato, das lutas intestinas, da intriga, do segredo, da violência, do risco e do suspense constante da vida por um fio...
A fachada duma sociedade policiada e respeitável estilhaça-se: perante o leitor perpassam, num cortejo inesgotável e impressionante, as personagens mais extravagantes, os tipos humanos mais temerários, as situações e as peripécias mais inacreditáveis. Dentro dum universo concentracionário, eis o mundo turbulento e secreto dos blatenoi!
A experiência biográfica de Mikhail Diomine é verdadeiramente insólita e única. Já não se trata dos presos políticos, mas sim dos presos e dos perseguidos de delito comum. Comunidade solidária e incrivelmente variada!
O Blatenoi de Mikhail Diomine, para além do seu aliciante carácter documental de denúncia,, é uma impressionante narrativa que arrebata o leitor pela força da autenticidade de que só são capazes os grandes e talentosos escritores.

Declaração Universal dos Direitos do Homem

(edição de Maio de 1977)


Direitos do Homem – Declaração Universal dos Direitos do Homem
Convenção Europeia dos Direitos do Homem

Apresentação de António Ramalho Eanes
Depoimento de Ângelo de Almeida Ribeiro – Presidente da Liga Portuguesa dos Direitos do Homem
Capa de Nuno Amorim
Colecção Documentos
Edição e arranjo gráfico de Fernando Ribeiro de Mello / Edições Afrodite


Na contracapa

Mais de dois séculos nos separam da formulação setecentista segundo a qual «todos os homens nascem livres e iguais... ».
Quase três décadas nos separam do momento em que a Assembleia Geral das Nações Unidas (10 de Dezembro de 1948) adoptou e proclamou o texto que agora resolvemos pôr ao alcance do público português.
Quando os princípios nascem apenas do cérebro dum «filósofo», o consenso das Nações poderá ter razões para «suspeitas». Quando, porém, os princípios que definem a dignidade humana são aprovados por uma organização como a O N. U., o cidadão poderá julgar que muito se progrediu em matéria de «Direitos do Homem».
Apesar desse progresso, outro tipo de «suspeitas» vem ensombrar as perspectivas da Humanidade. Países houve – e alguns bem poderosos – que se abstiveram, em 1948, aquando da adopção da «Declaração Universal dos Direitos do Homem»: Arábia Saudita, Bielorrússia, Checoslováquia, Jugoslávia, Polónia, Ucrânia, União Sul-Africana e U. R. S. S. Talvez os historiadores já possam determinar, a três décadas de distância, as razões que, num mundo combalido pela Segunda Guerra Mundial e em vias de conhecer novos imperialismos, levaram esses países à abstenção...
«Ninguém discute o direito humano à vida, à liberdade e à segurança» - afirmou o Senhor Presidente da República Portuguesa, general Ramalho Eanes. Que estas palavras inspirem a nossa prática quotidiana – eis uma maneira de não permitirmos que os nobres princípios da «Declaração Universal dos Direitos do Homem» se tornem letra morta.
È que nós, portugueses, também temos as nossas próprias razões para suspeitarmos dos «princípios». Por termos suportado os atropelos anteriores a 25 de Abril de 1974. Por termos suportado os posteriores abusos, que constituíram o objecto dum famoso «Relatório das Sevícias... ». Às anteriores como às posteriores violações dos Direitos do Homem, saibamos gritar «Basta!». E que o nosso grito não seja, por sua vez, letra morta.

Algumas páginas da edição Erros Meus...

(um dos cenários)











Algumas ilustrações de Erros Meus...

Júlio Resende



Cruzeiro Seixas

Carlos Calvet


Francisco Relógio


Francisco Relógio

Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente, de Natália Correia

(edição de Novembro de 1981)


Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente, peça em três actos

Capa e apontamentos cénicos: Paulo-Guilherme d´Éça Leal
Apontamentos sobre a encenação: Jacinto Ramos
Arranjo gráfico: José Marques de Abreu
Ilustrações: Ângelo de Sousa, Carlos Calvet, Cruzeiro Seixas, Francisco Relógio, Júlio Resende e Lima de Freitas

Desta edição foi feita uma tiragem especial de 1500 exemplares encadernados, gravados em baixo relevo a ouro, prata e preto, com sobrecarga de acetato e resguardo de papel cristal nas ilustrações, todos numerados pelo editor de 0001 a 1500 e assinados pela autora.

Na badana

Para quem conhece o anterior teatro de Natália Correia. Esta peça constitui simultaneamente uma confirmação e uma surpresa. Confirmação, antes de mais, da sua empolgante força de criadora dramatúrgica e do seu incomparável dom para conferir, em termos de teatro, a dimensão do mito aos temas em que toca, aos assuntos que assume, às figuras em que desdobradamente encarna a sua própria natureza dilemática. Mas surpresa, também, e não pequena, porque se verifica, nesta peça, um significativo alargamento do sei habitual pendor de expressão barroca até àqueles extremos confins em que o neoclássico e o romântico, por mais opostos ou distantes que sejam, acabam por conviver numa inesperada fronteira. E isto mesmo representa um profundo entendimento, não só da obra e da personalidade de Camões, mas também do fecundo sincretismo da sua mesma fortuna póstuma. Equidistante, pela forma e pela estrutura, de certos avatares do teatro neoclássico e de certas obsessões do drama histórico de cepa romântica, esta peça de Natália Correia, sem tão-pouco abdicar do intrínseco barroquismo da sua autora, teria sido, em 1980, sobre o tablado de um Teatro Nacional que pudesse a um tempo ser «nacional» e ser «teatro», a mais condigna homenagem da criatividade contemporânea ao nosso maior poeta de todos os tempos, no 4.º centenário da sua Morte. Assim o não quis, no entanto, o sombrio e sinistro soba que «reinou», em 1980, na esfera oficial da cultura portuguesa.

David Mourão Ferreira

Wednesday, December 17, 2008

A nova Antologia do Humor Português




A Antologia do Humor Português das edições Afrodite já tem descendência assegurada, com a recente publicação de uma nova Antologia do Humor Português, um retrato do humor nacional escrito dos últimos 40 anos, organizado por Nuno Artur Silva e Inês Fonseca Santos.

Em 1969, Ernesto Sampaio e Virgílio Martinho publicaram nas edições Afrodite, de Fernando Ribeiro de Mello, uma Antologia do Humor Português, reunindo em mais de 1000 páginas nomes que iam de Gil Vicente a Mário Cesariny, passando por Cavaleiro de Oliveira, Bocage, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Fialho de Almeida, Gomes Leal, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Manuel de Lima, Alexandre O’Neill ou António Maria Lisboa.

A nova obra reúne textos humorísticos escritos por diferentes autores portugueses nas últimas quatro décadas. Inclui textos de nomes tão diversos como José Gomes Ferreira, Ricardo Araújo Pereira, Jorge de Sena, Mário Cesariny, Natália Correia, Alexandre O’Neil, Luiz Pacheco, Dinis Machado, Manuel António Pina, João César Monteiro, António Victorino d'Almeida, Luísa Costa Gomes, Miguel Esteves Cardoso, Nuno Markl, entre tantos outros.

Esta antologia do humor escrito, mais precisamente do humor que saiu editado em livros nos últimos 40 anos, oferece uma visão panorâmica relativamente à prática do humor na literatura portuguesa, contemplando todas as formas de escrita humorística, da ironia à sátira, do sarcasmo à paródia, do abjeccionismo à obscenidade.

A apresentação do livro, a cargo de Pedro Mexia e Nuno Markl (ambos antologiados) aconteceu no dia 11 de Dezembro, na Casa Fernando Pessoa.

Na coluna de links desta página, aconselhamos a consulta a uma série de curiosas fotografias sobre a promoção levada a efeito, em 1969, por Fernando Ribeiro de Mello para o lançamento da velha Antologia do Humor Português.




Uma Rosa na Tromba de um Elefante, de António José Forte

(edição de 1971)

Capa e ilustrações de Carlos Ferreiro
N.º 8 da Colecção infantil Cabra-Cega

(Digitalização da capa cedida por Jorge Meireles)